quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

OPINIÃO:

O conteúdo aqui apresentado é de inteira responsabilidade do blogeeiro.


Olá;
Escrevo para esclarecer as informações repassadas na Mesa Quilombola do dia 01 de dezembro na qual não tive como participar. No dia seguinte a reunião com as lideranças da Comunidade liguei para a Maria Aparecida (COEQTO), onde conversamos sobre o andamento do processo de titulação do território, onde em nenhum momento questionei a quantidade de pessoas presentes na Assembleia até porque optei por não participar, mas, não deixei de falar sobre a minha opinião, que segurarei até que me prove o contrário, sou obrigado a aceitar o que a maioria, ou melhor, todos os presentes aprovaram, mais dai a concordar é outra história, pois os argumentos usados não me convenceram. Disse que da maneira que foi conduzido o processo, percebe-se que o INCRA está se antecipando aos fazendeiros e elaborando um Contra Laudo (Contestação) e induzindo as comunidades a aceitar dizendo que do contrário a demora vai ser maior e a instituição não saberá o que vai acontecer com a reprovação, onde a comunidade se ver obrigada a aceitar seja que tanto for, quero dizer que em outras ocasiões de divergências de opiniões às vezes acabava concordando outras não, mas, hoje além de não concordar, meu sentimento é de muita tristeza, saber que desde de 2006, ou seja, do primeiro mandato da Maria do Espirito sempre lutamos para  que iniciasse esses trabalhos e já viemos consegui no meu ultimo mandato, ou seja, depois de mais de 07 anos de associação chegar onde chegamos e ver uma comunidade amedrontada, com o sentimento de “melhor o pouco do que nada”, abrindo mão de reivindicar realmente o que é de direito. Preferi não participar da assembleia por que quando a gente tem uma opinião contraria e não faz mais parte da diretoria da Associação alguns da mesma acha que a gente tá querendo impedir das coisas acontecerem e fica muito mais difícil de convencer o povo, se ainda fosse o presidente, a assembleia de aprovação não teria sido no dia seguinte mesmo que tivesse de acordo, pois, teria que ser com um mínimo de 08 dias até mesmo pra cumprir o Estatuto e andaria de casa em casa explicando a situação para os mais velhos que as vezes vão para as reuniões e não conseguem assimilar o assunto em questão. Sei que o titulo do território não é só quantitativo de terras, mas, me desculpem a comparação, por que o meu sentimento hoje é de que nadamos nadamos e morremos na praia, a comunidade com aproximadamente 200 famílias aprovar menos de 1700 hequitares ( quase 350 alqueires ) e deixar de fora áreas que tem tudo a ver com a historia de resistência e sobrevivência da mesma e ai o INCRA dizer que não tem como defender a inclusão da Fazenda Morada Nova, onde possui um determinado local dentro da mesma chamado Cocal Grande que originou o nome da Comunidade e era onde mulheres, jovens e crianças passavam o dia e ajudavam na renda familiar com a extração do coco babaçu, a Fazenda Ipê que era onde as pessoas mais faziam as suas roças e a Fazenda Novo Horizonte que embora ter sido feito poucas roças por ser considerada pelos moradores como uma terra mais fraca era usada para a caça e a pesca, sem falar no conflito que teve na década de 80. Não estou dizendo que estou certo ou errado, mais essa é minha opinião, por que no futuro não quero ser responsabilizado por este considerado por mim como uma perda de batalha. Este desabafo será enviado para os e-mails de várias instituições, pessoas físicas e publicado no blog
http://quilombococalino.blogspot.com.br/      Aos 03 dias do Mês de Dezembro 2014

 José Carlos Silva Sousa!