Quilombolas enfrentam dificuldades de acessar serviços públicos
Pessoas contempladas em programa do governo não receberam benefício.
Alguns quilombolas pedem investimento no setor agrícola.
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A aposentado Mariano Pereira não recebeu a casa
do programa Minha casa Minha vida
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)
O aposentado Mariano Pereira é quilombola e mora na comunidade de
Cocalinho, que fica na região de Santa Fé do Araguaia, a 454 km de
Palmas. Em 2008, ele diz que foi contemplado pelo programa Minha Casa
Minha Vida, do governo federal. Parte da antiga casa foi derrubada para
receber a estrutura nova, que nunca foi construída. Hoje, ele, a mulher e
os filhos dividem espaço em um pequeno cômodo. "Mandaram eu derrubar,
porque em dois meses eu estaria dentro [da casa], eu derrubei e agora
estou nesta situação".do programa Minha casa Minha vida
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)
A aposentada Maria de Lourdes Mendes também foi contemplada pelo programa. A construção de uma casa foi iniciada, mas não foi concluída. Com a obra parada, ela está pagando aos poucos para ver a casa construída. "O dinheiro veio, mas não fizeram as casas. Eu aposentei e agora estou tirando aos poucos para terminar a casa".
A casa prometida para a aposentada Maria de
Lourdes não foi terminada
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)
Mas, esta não é a única comunidade quilombola que enfrenta problemas. Em um assentamento, que fica a 50 km de Santa Fé do Araguaia, 150 famílias enfrentam dificuldades para escoar os alimentos produzidos.Lourdes não foi terminada
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)
O produtor José Leôncio dos Santos parou a venda de leite e frutas por falta de apoio técnico. "Falta de maquinários, e tem uma praga aqui, conhecida como cigarrinha, que está matando as plantações".
Outro produtor, José Moreira, decidiu apostar na plantação de mandioca, mas por falta de comprador para o produto, ele tira a sua renda mensal através da venda da farinha de mandioca. Por mês, ele chega a produzir cerca de 10 sacos de farinha, produção que poderia ser maior, caso ele tivesse apoio para a atividade. "Para plantar a dificuldade é grande e na hora de colher não temos o comprador certo".
O produtor José Moreira reclama de falta de apoio
no setor agricola
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)
As dificuldades enfrentadas por estes quilombolas fazem parte de um
relatório feito pela Defensoria Pública do Tocantins durante as visitas
nas comunidades de Santa Fé do Araguaia, Muricilândia e Aragominas.
Nesta sexta-feira (23), o órgão realizou uma audiência pública para
ouvir os quilombolas e cobrar soluções. "Já oficiamos diversos órgãos,
especialmente os municipais cobrando melhorias em saúde e educação", diz
o defensor público Hudy Ribeiro.no setor agricola
(Foto: Reprodução/TV Anhanguera TO)